SUPER 8

25/05/2014 20:01

 

 Nota do Site: 3/ 5


     Super 8 é um daqueles filmes cuja razão de existir reside no fato que seu diretor estava mais interessado em homenagear seu ídolo do que em estabelecer uma história mais sólida e autoral. No final do processo, mesmo você se deparando aqui e ali com momentos relativamente bons, acaba mesmo saindo com aquela sensação de review que, por si só, acaba prejudicando a experiência. Neste caso em específico, vemos J. J. Abrams tentando homenagear Spielberg, numa época em que este comandava longas que giravam em torno de monstros e alienígenas. Daí você pode imaginar do que realmente trata este filme.

     Isso, na verdade, não é problema, se pararmos pra pensar que esta fase de Spielberg foi uma das mais bem-sucedidas da carreira deste fantástico diretor. O problema é que, J. J., na ânsia em estabelecer esta homenagem, esquece-se de dar personalidade ao seu próprio filme, o que culmina num terceiro ato onde impera o piegas e o clichê, frustrando aos espectadores que estavam vendo, até aquele momento, um filme bem desenvolvido, em termos de roteiro e direção, corretamente ambientado, em relação à sua direção de arte e, na medida do possível, com boas atuações, salvo uma exceção aqui e ali.

     Escrito e dirigido por J. J. Abrams, Super 8 inicia-se com o velório da mãe de Joe, cuja tragédia o fez se mudar para a casa do pai. Quatro meses depois, encontramos Joe à vontade com seus amigos, se preparando para rodar um filme sobre zumbis, tendo Joe, inclusive, como o maquiador e preparador de efeitos especiais. Certa noite, enquanto rodavam uma cena, os amigos testemunham o descarrilamento de um trem com uma caminhonete, dando início a uma série de eventos que eles sequer imaginavam existir.

     Ambientado em 1979, o filme consegue resgatar o clima da época utilizando-se, para isso, de certos objetos de cena e adereços dos personagens (os óculos de determinado personagem, por exemplo), além de uma seleção musical que varia entre Blondie e Lionel Richie, bem como o figurino dos personagens. Estabelecida esta base, J. J., de forma fabulosa, rompe com este clima de tranqüilidade ao nos trazer o já citado acidente de trem e, filmando-o numa escala grandiosa, força à Joe e seus amigos terem que lidar com algo que, até aquele momento, só existia na imaginação deles. E é somente quando coisas estranhas começam a acontecer, como desaparecimentos e blecautes, que a atmosfera pacata daquela cidade some, dando lugar à incerteza e a insegurança daqueles moradores.

     No final das contas, fiquei pensando: é como se J. J. Abrams tivesse pego o conceito do monstro de Cloverfield (produzido por ele) e tivesse reaproveitado na concepção visual do monstro visto aqui, me levando a pensar numa inevitável comparação entre ambos. Além disso, ao trazer o antagonista deste filme em momentos “intimistas” com o protagonista, me levou a constatar que Abrams, no final das contas, só queria usar o filme mesmo como desculpa para homenagear o ídolo, o que comprova a nave vista nas cenas finais, e que remetem a Contatos Imediatos do Terceiro Grau. Só que com uma nave feita basicamente de sucata, já que a tecnologia da época não era tão sofisticada quanto hoje. Pelo menos, o alienígena era ecologicamente correto!

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